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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Cerejas

     O vento agita as árvores e de ti pendem beijos como cerejas. Colho-os um por um com cuidado, sem nunca deixar de sorrir. Cada beijo conta uma história. Chamo-lhes beijos sussurrantes, beijos que segredam em vozes que vêm de longe e evocam palavras sem tempo.


     Aprendo a conhecer-te por esses beijos que lembram cerejas. Polposos, sumarentos, com um travo de Primavera que permanece e me desliza pela alma, inundando-a de vermelho diluído em água cristalina. São beijos de vida, sopros divinos que semeiam sorrisos de criança em lábios murchos que desaprenderam a arte da alegria.