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segunda-feira, 8 de abril de 2013

âncora

barco à deriva na noite
eólicos lamentos de ontem
prelúdio místico do ser

ancoraste-me em nós
no tempo inteiro que fica
entre a vida e o nada
o limiar do voo e a madrugada

ancoraste-me na ternura
na calma das tuas mãos
fresca onda marinha
claro dia nascente
Manhã

Abraço a luz da manhã,
Eco da visão ancestral.

Murmúrio de ti,
Voz povoada de augúrios,
Seiva da alma do tempo.

Canta e ilumina
Meu caminho na floresta,
Sussurra os segredos
Do sonho que me habita,
Desvenda o orvalho
Em beijos primaveris.

Doce estrela matinal,
Tange a lira da aurora
E derrama em mim
O néctar da melodia!